Ouro, Fogo e Megabytes. ( Legado Folclórico) – Felipe Castilho – Editora Gutenberg, 2012
Sinopse: Transitando entre uma renovada mitologia nacional e
a atmosfera geek que envolve o nosso cotidiano, “Ouro, Fogo & Megabytes” é
o primeiro livro da coleção O Legado Folclórico, do paulistano Felipe Castilho.
Anderson Coelho é um garoto do interior que vive a maior do tempo no mundo
virtual de Battle of Asgorath (ou simplesmente BoA), um MMORPG medieval que é a
sensação do momento. No ranking geral dos jogadores ele é o segundo colocado,
atrás apenas de Esmagossauro, um misterioso e impiedoso player. Porém, a
habilidade nos games nunca facilitou a sua vida escolar. Após uma desastrosa
aula de Educação Física, Anderson ganha uma suspensão e não sabe como explicar
o ocorrido aos pais. Eis que um estranho surge em sua cozinha, convencendo seus
pais a liberarem-no para uma viagem a São Paulo, o que vem bem a calhar. A
Partir disso, Anderson se vê envolvido em uma perigosa trama envolvendo uma ONG
e uma corporação interessada em recursos naturais (e lucro) a qualquer custo.
Wagner Rios, carismático dono da empresa Rio Dourado, sequestrou a última
criatura de uma antiga espécie de elementais - a Mãe D'Ouro. O problema é que
além de Anderson e seus novos amigos, outra criatura está vindo salvar a
elemental. Ela é grande, é de fogo, e não está nada feliz... Repleto de
aventura, espionagem, linhas de programação, vírus, cucas, sacis e capelobos,
Ouro, Fogo & Megabytes mudará a forma em que você enxergava o folclore
nacional.
Ouro, Fogo e Megabytes chegou às minhas mãos meio que de
repente. Nunca havia ouvido falar do livro ou de seu autor, e estava com amigos
andando pelos stands das editoras no Anime Friends quando em uma delas,
começamos a ouvir um moço falar sobre o tal livro. Nos falou da
historia, nos falou da aceitação que o livro teve por quem já havia lido e fez
toda uma propaganda. Quando então percebemos era o próprio autor ali, nos
contando sobre o seu livro.
Compramos, ganhamos autógrafos e foto. Falei para ele que eu
lia muita fantasia, e que gostava de saber as novidades da literatura nacional
nesse meio e que NUNCA, NUNCA havia ouvido falar dele. Que ele precisava
urgentemente de mais propaganda.
Achei a edição do livro muito bem feita, a capa é linda, a
diagramação é boa, e tem ilustrações no
inicio de cada capitulo. Além de ser uma leitura de fácil compreensão e
instigante.
Já comecei a ler me divertindo, pois no inicio o protagonista
faz um glossário para o fórum de MMORPG do qual participa, que ficou muito bom.
No desenrolar da historia, vamos
conhecendo Anderson e sua rotina como uma criança de doze anos de idade. Até
que o extraordinário, com personagens fantásticos passa a acontecer.
A fantasia com toda a pegada do folclore brasileiro ficou
muito bem desenvolvida. E sinceramente achei o livro muito educativo, queria
automaticamente que todos os meus alunos pudessem lê-lo. Com a dose ideal de mistério,os vilões ficaram
muito bem colocados, e a busca pelo espião me fez ter várias teorias sobre quem
estaria traindo aquela Organização que só procurava fazer o bem para aquelas
crianças, à natureza e às criaturas folclóricas. O ápice da aventura ficou ótimo, eu só queria que o vilão tivesse sofrido
mais, e o final me deixou muito curiosa em poder pegar logo o próximo volume.
Pessoalmente tive um pouco de dificuldade em imaginar um
garoto de doze anos tão esperto quanto os personagens mais jovens do livro.
Quebrei a cabeça para tentar imaginar porque aquilo estava me incomodando
tanto, até perceber que Harry Potter e
Percy Jackson entraram muito bem na minha imaginação porque eu tinha quinze anos
quando os conheci como protagonistas de onze anos cada um. Mas que agora aos
vinte e seis anos, e com alguns de profissão na rede de ensino, eu não
conseguia mais ver crianças de doze anos tão espertas assim. Mas quando parei para
refletir , percebi que foi o mesmo problema que tive com Territórios Invisíveis
de Nikelen Witter, e que na época passei a observar meus alunos de onze a quinze anos mais atentamente para buscar um
ponto de referência para uma criança tão esperta e aventureira.E aí sim ficou
mais fácil aceitar toda a aventura. (Sim eu sei , estou ficando velha e não
posso deixar a minha imaginação envelhecer também)
A única coisa que me incomodou no livro foram algumas
referências que eu, com vinte e seis anos entenderia tranquilamente, mas que alguém
de doze anos não entenderia sem uma pesquisa. Como por exemplo a referência a Zinédine
Zidane e seu ataque a outro jogador de futebol durante um campeonato
importante. Eu lembro disso, eu vi acontecer na televisão ao vivo, uma criança
de doze a quinze anos provavelmente nunca nem ouviu falar dele ( eu fiz um
teste,perguntei por ai a alguns mais jovens), por isso me incomoda quando há
essas referências que meio que deixam o livro datado. Ao invés de falar que ele
fez como Zidane, apenas a descrição do momento já seria suficiente. Mas isso é
uma coisa pessoal minha esse tipo de referencia me deixa desconfortável em
qualquer livro.
Mas no fim , o livro é ótimo e merece muito destaque. A aventura é
espetacular, o folclore brasileiro é maravilhoso e deve sim ser mais
explorado e apreciado por nós. E fiquei
muito feliz em saber que o próximo volume sai ainda neste mês de agosto de 2013.
Vou comprar e acompanhar com certeza! Literatura Nacional crescendo yeah!
Eu, Felipe Castilho e Mônica Ferreira no stand da editora no AF, 2013.
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