Dentro da
minha parca experiência como leitora eu sempre tive um certo preconceito com
aqueles livrinhos de banca. Frequentadora assídua da Biblioteca Municipal (para
empréstimos de livros por não ter dinheiro para comprar na época) e de bancas
de revistas (pelo interesse em mangás) passava longe daqueles livrinhos
pequenos com capas apresentado sempre um
casal muito apaixonado. E sempre dizia que nunca, nunca, nunca leria as historias açucaradas daqueles
livrinhos pequenos e aparentemente sem graça. Biancas, Julias, Sabrinas e
tantas outras coleções.
Um dia, uma
amiga com quem eu trocava ebooks me disse “vou te enviar uma trilogia muito
boa, você tem que ler.” O nome dela era Noivas Reais. Devorei os livros em
ebook rapidamente e os amei. Me diverti com eles, eram simples, com romance e
uma pitada de cenas quentes. Assim que terminei fui direto jogar o nome da
autora no google, Lucy Monroe, se
existissem mais livros dela eu os leria com certeza. Qual foi a minha surpresa
ao me deparar com a imagem das capas dos livrinhos que tinha acabado de ler.
“Livros de Banca.”
Primeiro que li.
Fiquei
maluca. Minha cabeça explodiu. Entrei em estado de negação. Não, não, não. Eu
que sempre achei que não pagaria língua com aquilo, tinha acabado de ler uma
serie de romances açucarados e havia adorado! Aquilo não era justo. Todo o meu
preconceito foi jogado no ralo, e a verdade absoluta do universo se provava
mais uma vez: “Não se pode falar mal daquilo que não conhece, se quer criticar
conheça primeiro para saber sobre o que está falando”.
Daí para
frente foi uma sequencia de leituras. E a coisa só piorou quando eu descobri
Diana Palmer e os Homens do Texas. Uma extensa coleção com vários volumes com
os lindos, traumatizados, quentes e apaixonantes cowboys do Texas e
Jacobsville.
Depois de
ler e reler quase tudo dessa serie, encontrei Lynne Grahan, Sarah Morgan, Nancy
Warren , Susan Mallery e muitas outras autoras inclusive uma brasileira que
segue em este estilo de romance e entrou para a minha lista de historias
favoritas, com uma historia original que lançou recentemente em ebook: Marja - Amor
à Italiana.
No fim
cheguei à conclusão de que eles são ótimos livros de distração. Livros para
aliviar a cabeça dos problemas do dia a dia e fazer um paralelo entre leituras
mais complexas que te fazem pensar e se angustiar com tramas complicadas e
personagens profundos.
Nestes
romances, 90% dos personagens são virgens, ou tem algum problema traumático de
coração partido ou de problemas de infância. Ex mulheres insensíveis e
interesseiras, maridos infiéis, chefes lindos e implacáveis, cowboys
taciturnos, italianos ou gregos magnatas bilionários e absolutamente lindos e
quentes. E metade das mocinhas certamente ficará gravida levando a um lindo
casamento no final.
Tudo muito
cheio de amor, discussão e breguisse. Mas todos precisamos disso às vezes,
mesmo que pessoas apaixonadas pairando ao meu redor me irritem, ler esses romances
faz muito bem em alguns momentos.
Sempre passo
por fases de leitura quando pego um desses livros para ler, por serem curtos
com uma média de cento e cinquenta paginas, leio quase um por dia ou a cada
dois dias quando tenho mais tempo livre. Então leio vários seguidos, até enjoar
daquele tipo de leitura previsível e apaixonada. Quando não suporto mais as
virgens inocentes e os magnatas possessivos e mandões paro tudo e dou um basta
na leitura e pego algum livro mais elaborado com mais de trezentas paginas, cheio
de intrigas e personagens complexos.
Paguei língua
com os romances de banca, e agora não me vejo sem tê-los em alguns períodos na
minha vida. Transformaram-se em ótimas leituras. Mas com um detalhe: nunca li nenhum livro desses
em mãos. Nunca tive nenhum desses livrinhos na minha pequena biblioteca
pessoal, todos os que li foi em ebook.
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Alguns favoritos
Coleção Noivas Balfour ( a ultima coleção que li 26\02\2013)
entre vários outros ...